Mais da metade dos trabalhadores de Campinas trabalham informalmente. Segundo dados do Caged, de quase 698 mil trabalhadores na cidade, 325 mil são formais e 373 mil são informais. Informais são os trabalhadores sem vínculo empregatício, ou seja, podem ser trabalhadores autônomos, ou então motoristas de aplicativo ou motoboys de entrega, por exemplo.
A crise econômica é um fator que ajuda a explicar o crescimento dos informais, pois com menos vagas de trabalho, mais pessoas precisam se virar para garantir o sustento próprio e da família. O psicanalista clínico, Jonathas dos Anjos, é um dos trabalhadores que deixaram a formalidade. “Eu trabalhava de carteira assinada em uma empresa, acabei sendo desligado, passei por outros empregos de carteira assinada mas não tinha o ganho que eu esperava nem pra mim, nem pra empresa
A profissional de marketing, Inghyd Erachton, migrou para o trabalho informal para poder passar mais tempo com o filho. “Eu trabalhando registrado não tinha muito tempo para arcar com responsabilidades de mãe com meu filho, como levar ele na escola e no médico, dependia de outras pessoas, e eu sentia muita falta também de participar mais da vida dele, este foi um dos maiores motivos para eu começar a trabalhar por conta”.
A advogada especialista em direito do trabalho, Mirella Franco, destaca os principais benefícios que um trabalhador informal deixa de ter em relação aos trabalhadores registrados. “Trabalhadores informais deixam de receber benefícios importantes como décimo terceiro salário, férias, FGTS, seguro-desemprego, vale-transporte, abono salarial, licença-maternidade, aviso prévio e eventuais horas extras, e outros adicionais previstos em lei”.
A principal queda nas vagas com carteira assinada em Campinas se deu no setor da agropecuária, seguido por construção civil e indústria, ainda segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
