O primeiro reservatório de água de Campinas poderá ser tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc), que aprovou o início de estudos para analisar a necessidade da preservação da estrutura subterrânea que existe sob a Praça Carlos Zara, mais conhecida como Praça das Águas, na região do bairro Ponte Preta.
O reservatório foi inaugurado há 131 anos, com capacidade para 3 milhões de litros, mas foi desativado na década de 1990 pela Sanasa. O pedido de tombamento partiu do foi feito pelo professor e especialista em mobilidade urbana, Luiz Vicente Figueira de Mello Filho, que é frequentador da praça.
Um dos motivos apontados pelo professor para a manutenção da praça é justamente o valor histórico do local. “Nossa ideia, da comunidade que frequenta a praça, é tanto a questão da prática de esporte, educacional, social e de convivência, e queremos preservar o valor histórico e também o ambiente, o estado que hoje a praça está, dentro da forma que ela é utilizada”.
O professor é um dos idealizadores de um manifesto contra o fim da Praça das Águas, pois a Sanasa tem planos de utilizar boa parte da praça com um reservatório de água. Segundo ele, com o pedido, nenhuma alteração poderá ser realizada na praça até que o estudo seja concluído.
Há a ideia também da implantação de um museu que ficaria no reservatório sob a praça. “Assim como existe um museu da água em Piracicaba e Indaiatuba, Campinas também é pioneira nessa área, surgiu no mesmo período, então queremos criar um museu, pois temos um valor histórico, e vai ser voltado para educação de escolas no ensino fundamental”.
O reservatório foi construído em 1891 e ocupa uma área de 890 m2. As requalificações executadas ao longo dos anos na praça preservaram as características arquitetônicas originais.