A partir de agosto as farmácias vão poder realizar exames de análises clínicas. A autorização da Anvisa permitirá que quase 50 tipos de exames sejam realizados. Atualmente as drogarias só podem realizar testes de Covid e de glicemia. Dentre os novos exames permitidos deverão estar os de dengue, colesterol, hepatite, malária e também de HIV, dentre outros.
A vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), Luciana Canetto, comemora a medida. “Eu acho que é super importante, a norma permite esse aumento do acesso da população aos testes rápidos, cada vez mais, como a gente viu de fato na pandemia, o quanto a farmácia pode ajudar o sistema de saúde público enquanto centro de atenção primário, o farmacêutico está qualificado, é um profissional de nível superior que tá na farmácia, vai dar essa segurança de atendimento à população”.
Segundo levantamento do Conselho realizado a pedido da CBN, Campinas conta com mais de 540 farmácias e drogarias, que contam com 746 responsáveis técnicos, que são os farmacêuticos. A Anvisa destaca que os exames devem servir como triagem, sendo um ponto de partida objetivo, sem excluir a necessidade de interpretação dos resultados por profissionais da saúde.
O médico Alex Galoro, que é coordenador do Comitê de Análises Clínicas da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), vê a mudança como positiva por ampliar o acesso da população a exames, mas ressalta que em geral os resultados são menos precisos que os de exames realizados em laboratórios especializados. “Pela característica do método o exame que vai ser feito na farmácia tem um desempenho inferior ao feito no laboratório, claro que se é disponibilizado pela Anvisa, pela farmácia, tá em um nível aceitável, pra gente isso é positivo, mas exige alguns cuidados”. Uma outra preocupação é uma possível subnotificação de casos de determinadas doenças, a exemplo do que aconteceu com a covid-19 a partir da liberação dos auto testes vendidos nas farmácias.
A nova regra entra em vigor em 1º de agosto, e os laboratórios terão um prazo de 180 dias para adequação.