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Setor automotivo espera que publicação de MP destrave vendas

Foto: Arquivo CBN Campinas

Foi publicada nesta terça-feira (6) a medida provisória que cria faixas de desconto para os chamados veículos populares. Os descontos podem chegar a 11,6%, variando de R$ 2 a R$ 8 mil, de acordo com os critérios adotados. O setor de revendas de veículos espera que isso destrave os negócios, pois grande parte dos consumidores estava aguardando a publicação da MP para aí sim comprar um carro.

O resultado dessa espera foi que o mês de maio registrou o menor volume de vendas de carros no Brasil desde 2016, com uma queda de 10,3% em relação ao mês anterior, com 166 mil emplacamentos de automóveis e comerciais leves, de acordo com dados da Fenabrave, (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Luiz Carlos Mendonça Presidente da Associação dos Revendedores de Veículos de Campinas, espera que a publicação da MP ajude a destravar as vendas. “Qualquer pessoa que fosse sair para o mercado para comprar alguma coisa não vai comprar. A gente vai esperar. Ele retraiu porque nós não estamos conseguindo ter o número de vendas, porque o mercado hoje tá esperando o que tá acontecendo. Então assim, se ele quis ajudar, automaticamente ele atrapalhou.”

Ele criticou a demora para que as ações fossem colocadas em prática, e a insegurança que a duração de quatro meses traz para o setor. “O governo vai colocar esse incentivo por 4 meses, e aí a tabela FIPE daqui 4 meses, ela vai estar atualizada, no seguro, para o carro, para o financiamento? Muda tudo, muda todo um ciclo na hora de se comprar um carro. Hoje os carros de partida são em torno de R$ 65 mil para cima do popular, e as concessionárias nunca tem o carro popular para entregar. Nós vamos ter que entrar numa fila para poder comprar o carro. Essa fila pode durar dois meses, três meses, quatro meses, onde o incentivo do governo já vai tá acabando.

As medidas do governo visam facilitar o acesso ao carro zero quilômetro. Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas apontou que em 2019 o brasileiro gastava, em média, R$ 30 mil em um carro popular novo, o equivalente a 30 salários mínimos na época. Três anos depois o valor subiu 70%, e o carro mais em conta passou a custar o valor de 41 salários mínimos. Com isso, em 2022, a venda de carros usados foi cinco vezes maior que a dos zero quilômetro.

Durante os quatro meses de validade da MP o desconto será registrado na nota fiscal, e com isso não incidirá no cálculo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os veículos.

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