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MC Daleste: assassinato completa 10 anos sem desfecho; OUÇA

Foto: Divulgação/ Facebook

Foi no dia 6 de julho de 2013 que Daniel Pedreira Sena Pellegrini, o MC Daleste, chegou em Campinas, para um show em uma quermesse no CDHU San Martin. Mas, ele nunca foi embora. Aos 20 anos, o músico foi baleado enquanto cantava para 5 mil pessoas, num palco improvisado em uma carreta. Ele morreu na madrugada seguinte, em 7 de julho de 2013, no Hospital de Paulínia. Uma década depois, a irmã de Daleste, Carolina Pellegrini, ainda espera por respostas.

Em 2016, Polícia Civil concluiu as investigações do assassinato, mas não chegou as principais respostas: quem matou o funkeiro e com qual motivação. O inquérito foi relatado à Justiça em dezembro de 2015, pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. Antes disso, o caso era tratado sob sigilo. Na época, o Deinter-2 alegou que a polícia fez todas as “diligências que estavam ao alcance“, incluindo a visualização dos vídeos disponíveis. Os autos, a pedido do Ministério Público, foram arquivados pela 1ª Vara Criminal de Campinas em abril de 2016.

Não é só a família que sofre com a falta de um desfecho sobre o crime. No CDHU San Martin, 10 anos depois do assassinato, ainda existe um ‘pacto de silêncio’ sobre a tragédia. Sandoval Donizete, de 52 anos, diretor-presidente do Instituto Cidas, ONG que atua no bairro, afirma que a comunidade tem medo de tocar no assunto.

Em uma década, apesar do estigma da violência, muita coisa mudou no bairro, segundo o educador social. Mas, a família de Daleste não seguiu em frente.

De acordo com laudo do Instituto Médico Legal, Daleste morreu após ter anemia aguda causada pela perda de sangue. A irmã do funkeiro sustenta que o evento era autorizado, embora a prefeitura tenha divulgado, na época, que a festa era clandestina. Na época, o setor de fiscalização de Campinas não localizou responsáveis pelo show de funk.

A linha de investigação se baseou em quatro possibilidades: crime passional, execução, rixa com outro MC e um desentendimento com os organizadores do show. Nenhuma delas foi confirmada. Para a irmã, restam só as lembranças de quem era MC Daleste, o Daniel, no convívio com família, que até hoje mora na zona leste de São Paulo.

Se ainda há incertezas sobre a autoria do crime, não restam dúvidas sobre a influência de Daleste no mundo da música: 7 de julho, data do assassinato, se tornou o Dia Estadual do Funk. Considerado pioneiro do funk estilo ostentação, para os fãs, morreu como herói da favela.

A Secretaria de Segurança Pública foi procurada para comentar sobre o arquivamento do caso, mas não houve resposta.

O delegado Rui Pegolo, que é titular até hoje da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, está em férias e não conseguiu gravar com a nossa reportagem. Porém, ao g1 Campinas, disse que fez todos os esforços possíveis para o esclarecimento do caso, o mesmo posicionamento passado pelo Deinter-2 na época do arquivamento. O delegado, contudo, ainda acredita em uma possibilidade de esclarecimento do crime.

Do lado do Ministério Público, o promotor Ricardo Silvares, que comandou a investigação na época, hoje atua em São Paulo, mas disse que considera o caso como bem investigado, e refuta qualquer possibilidade de falha na apuração.

Nenhuma autoridade descarta a possibilidade do caso ser reaberto caso alguma nova pista seja informada.

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