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Enfermeira diz que não teve treinamento para atuar em UPA de Piracicaba

Foto: Redes sociais

Em depoimento para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores de Piracicaba, que apura o atendimento dado à menina Jamilly Vitória Duarte, de 5 anos, que morreu após ser picada por um escorpião em agosto, uma das enfermeiras da UPA da Vila Cristina, onde a menina passou, diz não ter recebido treinamento adequado para lidar com casos desse tipo.

A UPA é administrada pela Organização Social de Saúde Mahatma Ghandi desde junho do ano passado.

A enfermeira disse que estava na UPA da Vila Cristina no momento do atendimento à menina, mas não teria participado efetivamente dos procedimentos porque no momento da chegada da criança fazia o acolhimento de pacientes adultos.

A profissional, que tem 20 anos de experiência na função, afirmou à CPI que foi acionada para fazer o acesso venoso em Jamilly para ministrar o soro, mas não chegou a tentar porque já havia outros profissionais naquela função no momento.

Em seguida, a equipe médica já decidiu pela transferência dela para o hospital.

Segundo a enfermeira, as equipes seguem um padrão geral de atendimento, mas não passaram por um treinamento específico para atuação na unidade.

Ela atende na UPA, desde julho deste ano, a serviço da OSS (Organização Social de Saúde) Mahatma Gandhi, que assumiu o gerenciamento da unidade.

A diretora da Vigilância Epidemiológica estadual também prestou depoimento, e esclareceu que a UPA Vila Cristina funciona como um Ponto Estratégico de Soros e Antivenenos, que deve seguir os protocolos previstos no plano regional para atendimento de vítimas de picadas de escorpião.

Segundo Ana Maria Feijó, os pontos são escolhidos conforme a localização para garantir o atendimento mais rápido possível, abrangendo todo o território da regional.

Sobre a quantidade de ampolas disponibilizadas para cada unidade são suficientes para atendimento de pelo menos quatro acidentes com escorpião em cada, entre graves e moderados. O estoque também é controlado via sistema, assim como as condições do medicamento, como temperatura e validade.

De acordo com a diretora, as reposições ocorrem de forma imediata após a comunicação à Vigilância. Segundo a testemunha, o plano regional também prevê atualização dos profissionais para que todos os pontos estejam preparados para prestar esse tipo de atendimento.

A Prefeitura de Piracicaba informou que está à disposição para contribuir com todas as informações necessárias para a Comissão da Câmara Municipal. E reforçou que a gerência da unidade é de responsabilidade da Organização Social de Saúde (OSS) Mahatma Gandhi.

Nesta quarta-feira, quatro profissionais da UPA também devem ser ouvidos. O depoimento da médica responsável pelo atendimento, também na UPA, está previsto para o dia 17 de outubro.

Em 12 de agosto, Jamily Vitória Duarte morreu depois de esperar horas por um soro anti-scorpionico.

Ela foi picada no bairro Jardim Santa Fé 1 enquanto brincava com primos.

A Prefeitura de Piracicaba informou que tinha o soro anti-scorpionico na unidade, mas que a equipe não estava conseguindo fazer o acesso na veia da criança.

Só depois de ser transferida para Santa Casa que a menina finalmente recebeu o soro, mas não resistiu e morreu depois de uma parada cardíaca.

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