AC/DC e os álbuns que marcaram a mudança de vocal

Normalmente o rock pesado tem um público específico, mas entre o final dos anos 70 e o começo dos 80, dois discos lançados por um grupo formado na Austrália conseguiram, em meio a uma tragédia, aumentar o número de seguidores desse gênero.

Em 1979 o AC/DC já tinha 6 anos de carreira, discos lançados, feito turnês e trocado alguns integrantes, tudo sob o comando dos irmãos escoceses Malcolm e Angus Young, que além de guitarristas e fundadores da banda, também são responsáveis pela escolha do nome, pois foi no aspirador de pó da família que eles viram as palavras “corrente alternada – corrente contínua”, cujas iniciais em inglês formam AC/DC. E a energia atingiu o ponto alto quando em agosto saiu o disco Highway to Hell, apontado pelos fãs como um clássico.

E justamente quando o AC/DC aproveitava o sucesso, uma tragédia bem ao estilo rock and roll abalou o grupo. Na noite de 19 de fevereiro de 1980, o vocalista Bon Scott bebeu até perder os sentidos. Ao ser encontrado na manhã seguinte dentro do carro de um colega, foi levado ao hospital, mas já estava morto. A causa apontada foi asfixia provocado por refluxo. A notícia provocou boatos de que o AC/DC iria parar  de tocar, mas exatamente um ano depois de Highway to Hell, em agosto de 1980, foi lançado o disco que fez o AC / DC bater recordes.

Back in black está na lista dos mais vendidos da história nos Estados Unidos, e isso é um feito para artistas não nascidos no país. O disco apresentou o novo vocalista do AC/DC, era Brian Johnson. E a dica para encontrá-lo foi dada pelo falecido Bon Scott, que certa vez assistiu o show de um grupo e comentou com os amigos que o cantor gritava tanto que parecia que iria colocar os pulmões pra fora.

Apesar do nome Back in Black e da capa preta, o assunto morte não interessava ao AC/DC, que sempre preferiu festejar, e isso é fácil de perceber nas músicas e nas letras. Os poderosos riffs das guitarras dos irmãos Young se encaixaram perfeitamente com a voz estridente  de Brian Johnson, e as vendas mundiais comprovaram a eficácia dessa combinação. Vale destacar que o produtor de Highway to Hell e Back in Black foi o então pouco conhecido Mutt Lange, que anos mais tarde ficaria famoso por trabalhar com artistas dos mais diversos  gêneros.

Highway to Hell marcou a despedida de Bon Scott e Back in Black a entrada de Brian Johnson. Em comum os discos tem o sucesso de crítica e vendas que os fazem ser lembrados até hoje. E ajudaram o AC/DC a  levar  multidões aos seus shows.

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Produção

Walmir Bortoletto

Edição

Paulo Girardi

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