Um dos pontos mais emblemáticos, e também desconhecidos, do Centro de Campinas, que fica na Praça Bento Quirino é o Marco Zero da cidade. No local existe apenas uma marcação, de cerca de um metro quadrado, indicando o ponto onde foi realizada a primeira missa da cidade, pelo Frei Antônio de Pádua, em 14 de julho de 1774. Marco Zero pode ser entendido como o centro geográfico de um município, a partir de onde todas as medições de distâncias relativas a ele são estabelecidas e também como local onde a cidade teve origem. Em vários municípios, como São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Macapá existem monumentos que simbolizam esse ponto exato.
Na capital paulista, por exemplo, há um prisma hexagonal, com várias marcações, em frente a Catedral da Sé. No caso de Macapá, foi erguido um monumento no local exato da linha do Equador. E em Campinas não há absolutamente nada, a não ser a marcação do solo. Pensando nisso, o empresário campineiro Renato Squarizzi Simões luta para que um obelisco seja construído na Praça Bento Quirino, valorizando o patrimônio cultural da cidade. Além de valorizar a história da cidade, o campineiro entende que o monumento teria potencial para se tornar um atrativo turístico, buscando o interesse das pessoas pela região central de Campinas. “Me veio a ideia de se construir um monumento, um obelisco para enfatizar e informar as pessoas que ali é um momento de uma história muito profunda, onde se iniciou a cidade de Campinas como uma cidade. Porque você já tinha ela como uma região e naquele momento você oficializa Campinas como cidade”, explica.
O próprio empresário apresentou o projeto de construção do obelisco para poder público municipal, mas esbarrou na burocracia da prefeitura. Segundo Renato Squarizzi Simões, o principal obstáculo seria o custo da obra, avaliado em cerca de R$ 100 mil. Ele explica que há três anos vem dando seguimento a essa discussão, mas sempre acaba envolvido num jogo de empurra da administração pública. “(A proposta de construção do Obelisco) Foi formalizada no poder público, eu participei de algumas reuniões, mas como tudo que envolve política é uma grande burocracia. Até no momento me falaram dos valores que seriam gastos, se eu não me engano, em torno de R$ 100 mil, R$ 150 mil reais. Eu me assustei”, disse.
Em nota, a Secretaria de Cultura e Turismo de Campinas informou que esse projeto é coordenado pelo departamento de turismo, como um valor residual de um projeto de sinalização de patrimônios que foi reprogramado de acordo com reuniões realizadas com Renato Squarizzi Simões. Foi verificada a viabilidade técnica e conceitual por parte do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas e encaminhado à Secretaria de Infraestrutura, para que possa ser providenciado o termo de referência de licitação. Neste momento, o projeto está em fase de agendamento de licitação para a abertura prevista para 01 de setembro. Após a licitação, o prazo é de 30 dias para apresentação das propostas.