A 3° fase da Operação Carne Fraca, deflagrada na manhã desta segunda-feira (05/06), teve cumprimento de mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva na região. As cidades foram Piracicaba e Vinhedo. Ao todo, no país foram 91 ordens judiciais, nesta etapa denominada “Operação Trapaça”.
As investigações apontam que cinco laboratórios credenciados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e setores de análises do grupo BRF, fraudavam resultados de exames em amostras do processo industrial e informava ao Serviço de Inspeção Federal dados fictícios em laudos e planilhas. Segundo o inquérito, o objetivo era burlar o Serviço de Inspeção Federal, não permitindo que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fiscalizasse com eficácia a qualidade do processo industrial da empresa investigada.
O delegado da Polícia Federal, Maurício Moscardi Grillo, em coletiva de imprensa explicou que foram constatadas irregularidades em procedimentos recentes, com a presença de salmonela, o que não chegou a ser notificado.
A Polícia Federal aponta que esse suposto esquema tinha a anuência de executivos do grupo empresarial, do corpo técnico e de profissionais responsáveis pelo controle de qualidade dos produtos. Entre os presos na ação, está inclusive, o ex-diretor-presidente global da BRF Brasil Foods Pedro de Andrade Faria.
Durante a coletiva de imprensa, o coordenador-geral de Inspeção do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Alexandre Campos da Silva, descartou, neste momento, riscos à saúde pública.
Alguns países colocam como restrição a presença da salmonela para importar esses produtos, o que compromete a exportação. Após a Operação Trapaça, as ações da BRF caíram 11%. A primeira fase da Operação Carne Fraca ocorreu em março de 2017, investigando suposto envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura em esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.