Preso desde a primeira fase da Operação Ouro Verde, em novembro de 2017, o suposto lobista do esquema de desvios de dinheiro público em Campinas, Fernando Vitor Torres, foi interrogado pelos promotores do Gaeco.
O réu foi ouvido logo depois do cumprimento da terceira fase da investigação, na qual o Gaeco apura indícios de que ele teria recebido valores ilegais de um laboratório que prestava serviços ao Hospital Municipal Ouro Verde.
O advogado de defesa, Haroldo Paranhos Cardella, explica que a convocação serve para que a acusação, que pode resultar em um novo processo criminal, seja apresentada. Torres negou que o recebimento foi ilegal.
Fernando Vitor é acusado em outros dois processos referentes às etapas anteriores da Operação Ouro Verde. Em um deles, aguarda a decisão sobre uma medida liberatória pedida ao Superior Tribunal de Justiça, o STJ.
Além de argumentar que não existem motivos para que o empresário continue preso após um ano, a defesa descarta que exista a possibilidade de um acordo de delação e afirmou que isso, por enquanto, não é do interesse do réu.
Torres é acusado de intermediar as negociações entre a cúpula da OS Vitale, responsável pela gestão do Hospital Ouro Verde entre maio de 2016 e dezembro de 2017, e membros do primeiro escalão da Administração Municipal.
Em defesa, alegou durante depoimento à CPI das OSs na Alesp, em setembro, que atuava na Vitale por meio da CLT como diretor técnico do Ouro Verde, e ainda como pessoa jurídica, elaborando planos de trabalho para projetos.
Entre os indícios contra ele estão conversas telefônicas gravadas com autorização da Justiça nas quais articula com políticos a implantação do sistema de gestão da saúde por meio de organizações sociais em outras cidades.