Um projeto de lei que tramita na Câmara de Campinas propõe a instalação de sensores em semáforos próximos a postos de saúde, farmácias e hospitais. A intenção é facilitar o acesso a esses locais, aumentando o tempo de travessia para idosos e pessoas com mobilidade reduzida em ruas e avenidas da cidade.
O dispositivo seria acionado através da aproximação do Bilhete Único Especial de Transporte. Com isso, o período para os pedestres seria ampliado em 50%. Quem assina a proposta é o vereador Professor Alberto, do PR, que diz se basear em uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. O estudo constata que 97% dos idosos não conseguem caminhar a uma velocidade de 4,3 km/h, o que impossibilita a travessia em alguns cruzamentos.
O texto protocolizado cita como exemplo positivo o município de Curitiba, capital do Paraná, onde os equipamentos foram instalados no início de 2017. A proposta prevê que a implantação deverá ser feita de maneira gradativa nos cruzamentos selecionados e de acordo com a disponibilidade financeira. Questionado se o projeto de lei apresenta alguma estimativa detalhada sobre valores, o vereador argumenta que os sensores não custariam caro.
Nas ruas, a iniciativa é elogiada por quem conhece a rotina de dificuldades. Para a população, falta mobilidade nas principais ruas e avenidas da cidade. Em Campinas, segundo os últimos dados levantados pela Emdec, responsável pelo trânsito, cinco pessoas de 60 a 65 anos morreram atropeladas em 2017.
Já os números do Infosiga sobre o estado mostram que um terço dos casos registrados naquele mesmo ano envolve pessoas com mais de 60 anos de idade. De acordo com os índices, 728 pessoas nessa faixa etária perderam a vida no trânsito paulista. Das 1.193 fatalidades com pedestres, 399 envolveram idosos.
