A espera por atendimento na UPA São José, em Campinas, voltou a ser motivo de reclamação nesta segunda-feira. A unidade de pronto atendimento recebeu só casos de urgência e emergência. E a causa teria sido a falta de um médico.
A restrição foi relatada por ouvintes da Rádio CBN Campinas e confirmada pela atendente através do telefone. No contato, a produção ouviu que o atendimento em consultório no local só seria normalizado a partir das duas horas da tarde.
A reportagem esteve na UPA no final da manhã e encontrou muita gente nos bancos do lado de fora, assim como na recepção. Pelo espaço, a sensação era de revolta por conta da situação. Esse foi o tom do relato feito por Roberta Dantas. “Tá bastante cheio. É o que eu ouvi lá dentro mesmo: que eles não iam atender mais, só emergência, o que chega de Samu né?”, afirma.
A mulher acompanhava o tio de 72 anos, que foi encaminhado à unidade de pronto-atendimento pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência na noite de domingo. No período que ficou no local, ficou indignada com o atendimento.
Além da restrição no atendimento pela manhã, ela e o marido, Douglas de Oliveira, reclamam que os atendentes nem sempre respondem às dúvidas com atenção e educação e parecem estar saturados diante da demanda atual da UPA. “Eu até acredito que há poucos funcionários. Mas os poucos têm muito descaso. Muito descaso!”, disse o homem.
A Secretaria de Saúde foi procurada e informou através da assessoria de imprensa que a UPA “dispunha de cinco médicos na manhã desta segunda” e alegou ainda que durante a tarde a escala estava composta por sete médicos.
Conforme o comunicado, “até o período da manhã, a espera dos casos menos complexos era de cerca de 4h, o que está dentro do protocolo internacional”. Mas o texto também comentou as queixas sobre a qualidade do atendimento.
Segundo o posicionamento, a Rede Mário Gatti, responsável pela UPA, “esclarece que irá apurar o que ocorreu e reforçar as orientações aos funcionários” e justifica que a unidade funciona no sistema de porta aberta.
Por fim, argumenta que atende 14 mil pessoas por mês e que “todos os pacientes passam por classificação de risco”. Além disso, diz que urgências e emergências são prioridade e por isso “casos de menor complexidade esperam mais tempo”.