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Ocupação Mandela deve continuar por mais seis meses

Foto: Flávio Botelho

As famílias que moram na ocupação Nelson Mandela na região dos Dics, em Campinas, ganharam um respiro de mais seis meses para poder permanecer na área ocupada a quase dois anos. O prazo para a desocupação já venceu, mas na última quarta-feira, dia 29, houve um acordo entre o proprietário do terreno e a Secretaria Municipal de Habitação.

Segundo a coordenadora da ocupação, Célia Maria dos Santos, a Cohab apresentou uma área próxima ao local para a construção de moradias. Pelo que foi apresentado, as famílias teriam que ter uma renda de um salário mínimo e meio, o que não condiz com a realidade da maioria. “Aqui seria impossível, porque muitos vivem de Bolsa Família e de reciclagem. Eu mesmo não recebo mais do que R$ 1 mil”, detalha. Conforme o levantamento feito pela coordenação da área ocupada, do total de 108 famílias que moram no local, apenas três possuem renda compatível.

A desempregada Luísa Nunes Batista tem uma criança pequena, sobrevive apenas com o que recebe do programa federal Bolsa Família e, com essa renda, não se enquadra na proposta da Administração Municipal. “Não tenho emprego e nem mesmo nome limpo. E minha renda mensal é de R$ 89. Eu tenho uma neta que mora aqui comigo”, conta. Além da neta da dona Luísa Nunes, outras 88 crianças moram com suas famílias no terreno.

Em nota encaminhada, a Cohab-Campinas informou que promoveu o cadastramento socieconômico das famílias e as negociações continuam desde o ano passado com a Secretaria de Habitação.Uma possibilidade que surgiu foi ofertar às famílias lotes no DIC-V. Porém, o perfil apresentado no cadastro socieconômico da maioria não permitiu que elas se enquadrassem na modalidade de aquisição. Foi firmado um acordo e as famílias podem ficar no terreno por mais seis meses.

Neste período, a Prefeitura segue negociando, tentando uma aproximação entre as partes e buscando outras alternativas. O comunicado diz também que a atual administração está formatando o lançamento de um programa habitacional municipal que contemple o público de menor renda. O déficit habitacional na cidade, segundo o cadastro da Cohab, é de 42 mil unidades.

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