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Degradação do centro incomoda campineiros

Foto: Arquivo/CBN Campinas

A dificuldade em estacionar, a falta de segurança, a degradação do patrimônio público, o fechamento de lojas e a fuga de grandes marcas que fizeram parte da história transformaram o perfil da área central de Campinas.

A Avenida Francisco Glicério, que já foi considerada o centro financeiro da cidade com as inúmeras agências bancárias, já não é mais a mesma. Com as fusões e a automação bancária, os estabelecimentos foram desaparecendo. Ricardo Mourtada nasceu em Campinas e lembra muito bem da época em que os bancos faziam parte do cenário da principal avenida do município.

Dentro do novo cenário, o que não passa desapercebido é o aumento considerável do número de lojas fechadas. A Rua Dr. Thomas Alves, que nas décadas de 70 e 80 era tomada por boutiques, é um exemplo.

A Acic fez um estudo para identificar e montar um perfil das atividades econômicas e dos estabelecimentos comerciais que compõem o centro de Campinas. O estudo aponta 1.670 locais em funcionamento. Entre eles, 730 Bares, 120 restaurantes e 820 lojas. Juntos, os três segmentos empregaram no ano passado 81,7 mil trabalhadores formais.

A movimentação financeira anual gira em torno de R$ 12 bilhões. De pessoas, a média é de 300 mil por dia. O estudo apontou também que existem atualmente 16,6 mil moradores na área central. Entre eles está o torneiro mecânico aposentado Edson Roberto Topuim, que, com saudosismo, lembra da época em que o centro era bem mais bonito e tranquilo.

A tranquilidade de antigamente ficou mesmo no passado. Essa é a opinião de Oswaldo Caldeira, que mora em Campinas desde o inicio da década de 70. O grande problema, para ele, é a falta de segurança. Já para a comerciante Regina Manzoni, outro grande problema é parar o carro na região central.

Na opinião do também comerciante Denilson Falassarela, as mudanças na área central registradas nas últimas décadas foram para pior. Para ele, o centro de Campinas está abandonado e a grande quantidade de moradores de rua é um dos maiores problemas.

Em nota, a Prefeitura de Campinas explicou que o fechamento de comércios tem sido observado em todo o País em razão da crise econômica. No quesito segurança pública, a Administração informa que região central recebe patrulhamento regular da Guarda Municipal. Sobre o problema citado das pessoas em situação de rua na área central, a Prefeitura informou que dispõe de ampla rede de cuidados socioassistenciais.

Quanto a limpeza do centro da cidade, a informação é que há serviço de varrição contínua, além de lavagem com água e sabão no período diurno, de áreas ocupadas por pessoas em situação de rua. A Prefeitura destaca ainda a complexidade desse fenômeno que afeta milhares de pessoas no mundo e que, inversamente a outros municípios, tem ampliado ações que reduzam o impacto deste fenômeno para a população em geral e para os comércios.

Em um comunicado enviado posteriormente, a Prefeitura complementou as informações:

Sobre a revitalização do Centro destaca-se a nova Francisco Glicério, com alargamento das vias, aterramento da fiação, acessibilidade e implantação das floreiras por toda avenida. Foi criada a Lei de Potencial Construtivo, que permite que proprietários de bens tombados levantem recursos para serem utilizados na recuperação do patrimônio.

Esta lei possibilitou a restauração do prédio do Jóquei Clube e a restauração do Externato São João (em andamento). A Prefeitura também está dando total apoio ao projeto de revitalização do Solar Barão de Itapura, onde funcionava o campus central da PUC-Campinas.

Ao lado da Prefeitura, foi recuperado o prédio do antigo Colégio Ateneu, onde ficará a sede da Secretaria de Educação. Uma outra área que será revitalizada é a da antiga rodoviária, onde será construído o hospital da Rede D´or.

Importante lembrar a troca da iluminação da área central, com lâmpadas led, que iluminam mais e são mais econômicas. Foram 240 novos pontos de iluminação, inclusive em toda extensão da 13 de Maio. As áreas do centro expandido, especialmente no entorno do Mercado Municipal, Terminal Cury e Estação Cultura sofrerão reconfiguração com a inauguração do BRT.

Em outubro de 2019 foi lançado o Centro Vivo. Uma das iniciativas foi a construção dos banheiros públicos na Praça Ruy Barbosa, atrás da Catedral Metropolitana.Na área de segurança, foi ampliado o sistema de monitoramento com novas 21 câmeras inteligentes instaladas em locais de grande circulação de pessoas.

Em breve será entregue a nova Policlínica 2 na avenida Francisco Glicério na esquina com a Barreto Leme.
Tudo isso num cenário de crise econômica pelo qual o País passa há quase uma década.

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