As mudanças no clima percebidas por causa da diminuição da poluição durante a quarentena devem servir de modelo para a construção de políticas ambientais mais sustentáveis em todo mundo. A afirmação é da doutoranda do departamento de política científica e tecnológica da Unicamp, Maria Cristina Oliveira Souza.
Logo no primeiro mês após a declaração de estado de pandemia, uma série de notícias começou a apontar mudanças visíveis em paisagens pelo mundo, anunciadas como resultado direto dos efeitos da quarentena imposta, com a redução da atividade humana. Os cientistas de todo mundo se debruçaram no tema e tentam entender o que essas mudanças podem significar nas discussões sobre mudanças climáticas.
São dois pontos levados em consideração neste momento. O primeiro traça uma linha de raciocínio, onde o contexto de pandemia está mostrando um mundo possível de menos emissões e alterações das mudanças climáticas. O segundo prevê que a trajetória de crescimento das emissões será aprofundada como consequência do esforço de recuperação.
Para a doutoranda este pode ser um momento de aprendizagem. Segundo Maria Cristina Oliveira Souza, as consequências da pandemia para o meio ambiente poderão servir de modelo para o futuro.
“Esse é um momento importante da pandemia, como se fosse um laboratório para a gente ver qual será a realidade após o processo de reabertura e volta à normalidade. O que a gente percebeu é que no começo da quarentena, há uma diminuição da emissão de gases que provocam o efeito estufa. E quando começa o processo de reabertura em alguns locais, a emissão também vai aumentando”, disse.