Os novos hábitos e incertezas da economia neste período de pandemia derrubaram a margem de lucro do setor supermercadista, é o que indica uma sondagem feita pelo Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de São Paulo, o Sincovaga.
A pesquisa feita pelo sindicato mostra que para 78% os novos protocolos de higiene trouxeram mais custos e também exigiram mais treinamento para 41% das empresas. Porém ,menos de 4% avaliaram os protocolos como exagerados ou ineficazes. Outra mudança percebida no hábito dos consumidores foi o menor tempo de permanência na loja. A resposta foi dada por 64% dos empresários do setor. Outros 49% responderam que a prioridade dos consumidores é para os itens básicos.
De acordo com Alvaro Furtado, presidente da entidade, o grande movimento nas lojas pode dar a falsa impressão de que o varejo de alimentos, com destaque para os supermercados, não enfrenta dificuldades neste período. Segundo ele a realidade é bem diferente, pois, além do aumento nos custos e incertezas a queda no poder de compra ocasionaram também ajudou na diminuição na margem de lucro das empresas do setor.
Apesar da redução na margem de lucro, 74% das empresas filiadas ao Sincovaga, conseguiram se ajustar ao fluxo de vendas e mantiveram seu quadro de pessoal estável. Apenas 33% tiveram de afastar funcionários do grupo de risco , sendo que a maioria afastou no máximo 10% da equipe. Do total, 21% utilizaram algum dos benefícios ofertados pelo governo na pandemia, como suspensão de contratos e redução de jornada. Nenhum entrevistado afirmou ter reduzido salários e 86% avaliaram as medidas de emergência como positivas. De acordo com o presidente do sindicato, Alvaro Furtado, outra medida para garantir a sobrevivência das empresas nesse período de pandemia foi adotar ou intensificar as vendas on line. Em sua opinião é uma medida sem volta.
A sondagem feita pelo Sindicato apontou que 55% dos entrevistados se valeram de novas ferramentas de venda, ou intensificaram o uso de algumas delas. Dos que experimentaram novas ferramentas, o delivery será mantido pós-pandemia por 85%. A pesquisa feita pelo sindicato ouviu representantes de 200 empresas de todas as regiões da capital, na primeira semana de agosto. A entidade representa 35 mil empresas em todo o Estado.
A pesquisa mostrou também que diante do cenário atual, 51% dos empresários acreditam que a economia ainda irá piorar. Os motivos para o pessimismo são muitos, entre eles a perda de renda, o emprego da população, incerteza em relação ao futuro,recessão econômica e instabilidade política.