Desde o início da pandemia, uma parcela significativa da população aumentou seus gastos mensais, como informa uma pesquisa desenvolvida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. O estudo aponta que 42% dos brasileiros aumentaram seu nível de gasto após a adoção das medidas de combate à covid-19. De acordo com os entrevistados, os principais motivos para o aumento das despesas são os gastos com supermercados, que representam 68% das respostas.
Em seguida, vem o aumento de preços de produtos e serviços, também citados por 49% dos participantes, que puderam dar mais de uma resposta. O aumento nas contas básicas, como água e luz, também foi muito citado na sondagem, com 47% dos entrevistados. A grande preocupação se dá num aumento de gastos num período em que o trabalhador teve redução de salário ou ficou desempregado.
O gerente executivo da confederação, Daniel Sakamoto, afirma que esta é uma fórmula que justifica o endividamento da população durante a pandemia. Ele afirma que o aumento dos gastos somado ao corte salarial ou ao desemprego resulta em inadimplência. “Os resultados da pesquisa apontam para um aumento do endividamento de uma grande parte das famílias brasileiras. Quando se verifica que houve aumento dos gastos no mesmo momento que houve redução de salários e mesmo desemprego, o resultado é que o orçamento não fecha no final do mês e aí temos inadimplência e endividamento”, afirma.
Segundo a pesquisa, os gastos com supermercado e com alimentação por delivery aumentaram na pandemia 55% e 39% respectivamente. Por outro lado a maioria reduziu as despesas com vestuário, serviços de beleza, artigos para atividades físicas e eletrodomésticos.
