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Inflação alta impacta na escolha de produtos pela população

Foto: Francisco Lima Neto

O Brasil fechou 2021 com a inflação oficial de 10,06%, segundo divulgado nesta semana pelo IBGE. Trata-se da maior alta nos últimos seis anos, sendo superada somente pela inflação de 2015, ainda no governo Dilma, quando o índice foi de 10,67%.

Os principais vilões da inflação foram energia elétrica, combustíveis e alimentos. A população sente essa alta na hora de abastecer o carro ou moto, pegar ônibus, e também quando há o reajuste do aluguel. Mas o bolso sente a inflação com maior frequência na hora de comprar alimentos.

Os que mais subiram foram frango, ovo, carne bovina, café, açúcar e tomate, de acordo com o IBGE. E a população está tendo de se virar para contornar essa alta. O Chef de Cozinha, Rodrigo Caldas, trabalha em eventos, e afirma que está cada vez mais difícil atender os pedidos dos clientes dentro do orçamento. “Os clientes perdem orçamento e a gente procura adaptar alguma coisa mais em conta, o preço está assim, semanalmente, cada hora é um valor, então não conseguimos trabalhar com orçamento a longo prazo, e o cliente pede sempre pra adaptar naquilo que está mais em conta no momento”.

Muitas vezes os lojistas acabam ouvindo as reclamações quanto aos preços mais altos, mas isso não afeta somente o consumidor final, mas também os comerciantes. Oclésio Mancini é sócio proprietário de um açougue no Mercadão de Campinas, e ele conta que os preços mais altos fizeram as vendas caírem consideravelmente. “Subiu em torno de 60% na compra da carne na comparação do ano passado, e continua subindo de novo, e está afetando demais as vendas, que caíram uns 50% a 60%, a tendência é aumentar (o preço) mais, mais e mais”

O Professor de Economia da PUC Campinas, Izaías Borges, afirma que a inflação impacta mais severamente os mais pobres, que passam a ter de priorizar alguns gastos e deixar de adquirir determinados produtos. “O efeito perverso é muito maior, pois você vai afetar drasticamente o bem estar e qualidade de vida da população mais pobre, e neste cenário você volta a ter aquele comportamento muito comum nos anos 80 de você ter de começar a priorizar”.

Diversos fatores influenciaram o índice, como os problemas climáticos, a queda na oferta de determinados itens, a taxa de câmbio, entre outros.

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