A Justiça arquivou o inquérito que investigava a morte do ex-prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho. A decisão foi tomada pelo juiz José Henrique Rodrigues Torres, da Vara do Júri, atendendo a um pedido do Ministério Público.
O crime completou 20 anos em setembro do ano passado e prescreveu. Isso significa que, mesmo se o autor for identificado, ele não poderá ser punido.
Na decisão, que também significou a saída de Rodrigues Torres da comarca, ele disse que “caberá apenas à história desvelar os fatos desse hediondo crime”.
A família de Tontinho acionou a Organização dos Estados Americanos para pedir a condenação do Estado brasileiro por omissão na investigação.
A denúncia foi encaminhada em março para Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
O advogado da família espera pela análise até dezembro e posterior envio para a Corte.
Aos 49 anos, o arquiteto foi morto na noite de 10 de setembro de 2001, por um disparo que o atingiu na artéria aorta quando ele saía do shopping Iguatemi, pela Avenida Mackenzie, e retornava para a casa.
Toninho foi eleito no ano 2000 e estava no poder há oito meses quando ocorreu o crime.
Para a família, o assassinato teve motivação política.
Antes de ser eleito, o petista moveu ações populares contra grandes empreiteiras, lutou pelo tombamento de prédios históricos em contraposição à especulação imobiliária, colaborou com a CPI do Narcotráfico e denunciou supostas irregularidades no contrato do VLT de Campinas, no começo da década de 1990.
Na apuração do Ministério Público, o tiro partiu de Anderson José Bastos, o Ancio, um sequestrador que integrava a quadrilha de Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho. Ancio e outro comparsa foram mortos em Caraguatatuba, no litoral norte, por policiais civis de Campinas, menos de um mês após o crime contra Toninho.
O MP também não descarta motivação política para o caso, mas afirma que até hoje não foi possível chegar a indícios que apontassem esta tese.
