Ele poderia ter se tornado um guerrilheiro, mas ao invés de apontar armas de fogo contra a ditadura nigeriana, ele denunciou os abusos através de sua música. Mesmo tendo uma forte ligação com a política e sérias desavenças com o governo o seu maior legado foi Afrobeat, gênero musical que Fela Kuti criou. Fela Kuti nasceu em 1938 na Nigéria filho de uma feminista e um Pastor Protestante foi estudar medicina no final dos anos 50 em Londres , mas acabou tomando um outro caminho e começou a tocar em um conjunto inspirado na sonoridade africana. De volta a sua terra natal já nos anos 60 Fela Kuti continuou com o projeto além de trabalhar como produtor de rádio.
Em 1969 em plena guerra civil nigeriana, Fela foi para os Estados Unidos e entrou em contato com o movimento político e cultural conhecido por Black Power, além de conhecer os ideais do ativista Malcolm X. Em meio esse turbilhão de crenças e valores Fela Kuti propôs numa nova musica que unisse jazz e funk, tendo é claro a música africana com fio condutor, e batizou de afrobeat.
As principais referências do afrobeat que Fela considerava como a “música clássica africana “ vieram da energia de James Brown e o improviso de Miles Davis , somando essas duas vertentes as sonoridades da música yorubá .
Fela Kuti se comportava como uma força da natureza ele lançou mais de 70 discos , se declarou independente do estado nigeriano, teve a sua casa queimada, montou um partido político, e conviveu com 27 esposas, detalhe ao mesmo tempo. Ele morreu em 1997 aos 59 anos, vítima da AIDS, da qual nunca quis se tratar.
Segundo o cubano Carlos Moore, amigo e autor da biografia sobre Fale Kuti que foi relançada em português em 2011, diz que a obra de Fela foi tão intensa quanto a sua vida, e só agora existe um reconhecimento de seu trabalho .
A obra do multi-instrumentista e ativista política nigeriano Fela Kuti é o destaque desta edição do quadro Música é Cultura.
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Apresentação
Robson Santos
produção
Walmir Bortoletto
edição
Paulo Girardi